Para quem é outsider relativamente a questões relacionadas com empreendedorismo e negócios na era digital, o significado da palavra “marketplace” pode não surgir à primeira. Mas, se dissermos “Amazon” ou “eBay”, faz-se luz, imediatamente.
É isso mesmo. Ambos são exemplos de marketplaces. Medidas as devidas distâncias, o marketplace é um shopping virtual, que conecta vendedores e compradores, e o e-commerce é a loja.
Feitas as clarificações prévias, importa então conhecer experiências e testemunhos de quem tem negócios digitais e escolheu um marketplace como espaço preferencial para dar a conhecer o seu produto e fazer escalar o negócio.
Nuno Fernandes, CEO & Co-Founder da DIG-IN, Rodrigo Ferreira, CEO & Co-Founder da Blanched e Francisco Lisboa, Director of Marketplace da Indie Campers, com a moderação de Ksenia Novikova, Head of Operations at Flyer One Ventures, falaram sobre os prós e contras de estar num marketplace para os seus negócios. Este foi, pois, o tema escolhido para a última tour da season da Lisboa Unicorn Capital que decorreu no Build Up Labs.
Ponto prévio e único. Quem detém informação, tem poder. Informação é valor e é dinheiro.
Francisco Lisboa comprova esse facto ao descrever os primeiros passos da Indie Campers (uma empresa de aluguer de autocaravanas). “Começámos com frota própria, mas depois para expandirmos o nosso negócio para o resto da Europa decidimos avançar em mercados onde não éramos conhecidos: Reino Unido, França, Itália e aí percebemos que tínhamos de criar comunidade. Fizémos o nosso benchmarking e avançámos. Procurámos ver como é que as pessoas se envolvem nestas áreas de oferta, estudámos os nossos concorrentes, pesquisámos muito sobre potenciais clientes e, obviamente, com toda a informação detalhada, com base em reviews de muitos clientes, escolhemos o Google e o Trip Advisor que se revelaram ferramentas fundamentais”, sublinhou.
Rodrigo Ferreira, resolveu dar o salto em frente há perto de um ano e atirou-se para a criação de uma plataforma própria de oferta e procura de empregos direcionada para o setor da restauração, a Blanched. “Começámos primeiro por vender a nossa visão, antes de vender o produto propriamente dito; perante os potenciais clientes, fazíamos uma apresentação da nossa ideia de negócio e quais as metas que nos propunhamos atingir. A abordagem começou assim. Depois, resolvemos criar a nossa própria plataforma no Whatsapp, onde construímos a nossa comunidade que atualmente já reúne mais de 2000 pessoas”.
Para Nuno Fernandes da DIG-IN, “as métricas (obtidas a partir das redes sociais) são ferramentas relevantes pois servem para ilustrar tendências de negócio, ajudam a definir estratégias e a tomar decisões, nomeadamente no que se diz respeito à angariação de financiamento ou à expansão”.
Francisco Lisboa sintetiza: “A observação do que faz a concorrência no “marketplace” onde funcionamos é muito importante. Na verdade, a oferta, é das melhores métricas que podemos ir buscar e utilizar, porque permite-nos melhorar a nossa performance, apostando na diferenciação, criando parcerias com fornecedores, por exemplo, ou arranjando promoções”.
“Engagement, Momentum e Scalability”, são quase a “Santíssima Trindade” de quem se posiciona num marketplace. Como em tudo, este modelo de negócio tem vantagens e desvantagens, e cada projeto tem a suas particularidades. Na hora de decidir é preciso, sobretudo, ter informação e dados objetivos, pois há que escolher entre “estar só ou (bem) acompanhado”.